It's a Sin

Crítica

Tendo o mesmo nome da música do grupo britânico Pet Shop Boys, a qual é considerada um hino queer dos anos 80, a produção retrata um panorama de como a população LGBTQ+ ocupava os espaços sociais durante a década de 80 e 90 e como isso foi afetado a partir da epidemia de AIDS no Reino Unido, temática essa que vem sendo abordada em outras séries como Pose que traz esse foco para os EUA.

Ao longo da trajetória da trama é interessante observar algumas características históricas que afetam os personagens, a exemplo da associação do vírus HIV a homens gays e bissexuais que contribuiu para estigmatização desses indivíduos dentre os setores da sociedade, além do descaso do governo perante a situação sanitária que assolava o país. A minissérie ilustra perfeitamente essa realidade na cena em que Ritchie, um dos personagens principais, faz a compra de um imóvel e o funcionário da empresa imobiliária o questiona acerca de sua orientação sexual, e ele se vê mentindo para realizar a aquisição.

É impactante e, ao mesmo tempo, doloroso observar como gradualmente a maioria dos personagens se descobrem soropositivos e a forma com que cada um compartilha com a família e suas reações ao lidar com o diagnóstico, e também da incerteza de até quando sobreviveriam devido aos poucos recursos médicos que podiam assistir os portadores de AIDS.