Moonlight

Crítica

Moonlight foi o primeiro filme com temática LGBTQ+ a ganhar o prêmio principal da academia, o Oscar de Melhor Filme e ganhou também o Oscar de melhor roteiro adaptado por ser uma adaptação da peça “In Moonlight Black Boys Look Blue” - que, numa tradução livre significa “Sob a luz do luar, garotos negros parecem azuis” - de Tarell Alvin McCraney, esse que ajudou a escrever o do filme.

O filme coloca o espectador na pele de Chiron (interpretado por Alex Hibbert na infância, Ashton Sander na adolescência e Travante Rhodes na fase adulta), um garoto negro e pobre que mora em um bairro muito violento em Miami, vemos sua trajetória durante três fazes de sua vida, separadas em três capítulos, infância, adolescência e fase adulta, durante sua história o vemos passar por muitas dificuldades como o bullying na escola, envolvimento com um crime e seu desenvolvimento em descobrir sua sexualidade.

Ambos os autores da obra, tanto o diretor Barry Jenkins, quanto o escritor da peça, nasceram e cresceram em Miami em um bairro perigoso chamado Liberty City, além disso Tarell é assumidamente gay e Jenkins se considera um defensor ativo dos direitos LGBTs, então pode se considerar a história de Chiron quase que uma autobiografia dos dois.

O filme é um estudo e um desenvolvimento de personagem que nos mostra sua evolução tanto pelo roteiro quanto pela fotografia do filme, que muda de um capítulo para o outro demostrando o mundo pelo ponto de vista do protagonista, que muda e se transforma, reagindo a tudo que acontece com ele, por exemplo, em sua infância a fotografia tem cores mais vivas e quentes, já na sua adolescência isso muda trazendo uma coloração mais morna, representando a perca de seu olhar infantil sobre o mundo.

Sua jornada de descobrimento sexual é representada de maneira cuidadosa e delicada, sem precisar de diálogos expositivos, vemos Chiron se descobrindo aos poucos e se aceitando enquanto lida com todos os desafios a sua volta.