My First Summer (que até o momento não possui um título em língua portuguesa) é um drama adolescente cheio de romance que conta a história de Claudia, uma jovem de 16 anos que foi criada por sua mãe, uma escritora, isolada do resto do mundo numa casa afastada da cidade mais próxima.
Um longa-metragem que, se não fosse queer, com certeza seria exibido na sessão da tarde explora a delicadeza do primeiro amor de forma gentil e doce como poucos abordando de forma cuidadosa a construção de um amor único e livre das amarras criadas na contemporaneidade, trazendo talvez um efeito pouco realista para o filme, visto que uma das personagens principais é uma adolescente que viveu a vida isolada da sociedade atual, possibilitando uma vivência utópica na qual ambas pudessem explorar seus sentimentos sem o preconceito que perpassa essas situações.
Apesar de, a princípio, parecer um filme leve, a produção australiana aborda o contexto das personagens individualmente trazendo questões importantes como: depressão, suicídio e assédio, exemplificadas no âmbito familiar das duas.
A fotografia e o jogo de cores contribuem para o desenvolvimento da narrativa ilustrado através do contraste entre Grace, com suas roupas e bijuterias coloridas, e Claudia, com seu figurino que alterna entre o bege e o branco. Quando a amizade das duas floresce, Grace passa a trazer cor para a vida de Claudia com doces, maquiagens e pulseiras, a ajudando no processo de superação do luto pela mãe.