Na França do século XVIII, Marianne (Noémie Merlant) é uma jovem pintora que recebe a tarefa de pintar um retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento sem que ela saiba. Passando seus dias observando Héloïse e as noites pintando, Marianne se vê cada vez mais próxima de sua modelo conforme os últimos dias de liberdade dela antes do iminente casamento se veem prestes a acabar.
Filme que ganhou o Palm Queer, prémio cinematográfico independente atribuído ao melhor filme LGBT do Festival de Cannes, traz um olhar sensível e delicado sobre um romance proibido entre duas mulheres oprimidas. A produção francesa nos mostra essas mulheres em sua intimidade, com suas diferentes lutas para serem ouvidas, uma não desejando se casar e a outra tentando seguir carreira em uma sociedade dominada pelo patriarcado. O filme fala de muitos temas, mas o assunto central sem dúvida é a descoberta da sexualidade das personagens e o sentimento romântico entre elas, representado de forma maravilhosa pelas atrizes que conseguem transmitir esses sentimentos usando a troca de olhares.
A diretora, que também é lésbica, escreve as personagens e desenvolve seu romance de maneira natural e cuidadosa, nos trazendo um olhar artístico sobre as tudo ali mostrado, sua fotografia ajuda muito nisso nós entregando belíssimas cenas, tal característica deu ao filme o prêmio César de Melhor Fotografia, além de ter ganho também o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes.